ALARICO REZENDE
Na velha porteira
já não posso atravessar,
aqui do alto da minha janela
eu só consigo espiar
não vejo os campos verdes
nem a pluma do algodão,
apenas vejo um mar de concreto,
no peito chora o meu coração
Cidade grande
que nos envolve
a cada dia, nessa intensa correria,
não tem estrada boiadeira,
água cristalina de um riacho
apenas um passado distante
só ruídos de carros,
essa é a minha sinfonia,
Não ouço passarada cantando
lá no meio do matagal
A minha juventude se foi,
também a minha euforia.
olhos perdidos na noite,
entre sonhos e fantasias,
também foi se embora
a minha alegria,
velha porteira,
pra onde eu não posso voltar
Nenhum comentário:
Postar um comentário