domingo, 19 de maio de 2013

DO ALTO DA JANELA...

ALARICO REZENDE

Na velha porteira
já não posso atravessar,
aqui do alto da minha janela
eu só consigo espiar
não vejo os campos verdes
nem a pluma do algodão,
apenas vejo um mar de concreto,
no peito chora o meu coração
 

Cidade grande
que nos envolve
a cada dia, nessa intensa correria,
não tem estrada boiadeira,
água cristalina de um riacho
apenas um passado distante
só ruídos de carros,
essa é a minha sinfonia,
 

Não ouço passarada cantando
lá no meio do matagal
A minha juventude se foi,
também a minha euforia.
olhos perdidos na noite,
entre sonhos e fantasias,
também foi se embora
a minha alegria,
velha porteira,
pra onde eu não posso voltar

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